Cirurgia de joanetes com corte ou minimamente invasiva? Entenda a diferença

Os joanetes, também chamados de “hálux valgo”, são deformidades ósseas que afetam a articulação na base do dedão do pé.

Essa condição, além de alterar a estética dos pés, pode causar dor intensa, dificuldades ao caminhar e limitações na escolha de calçados.

Quando o tratamento conservador não é suficiente, a intervenção cirúrgica se torna uma alternativa.

Atualmente, há duas principais abordagens cirúrgicas para tratar o problema: a cirurgia tradicional, que envolve cortes maiores, e a técnica minimamente invasiva.

Ambas têm o objetivo de reposicionar os ossos do pé e aliviar os sintomas, mas diferem em diversos aspectos, como o método de execução, tempo de recuperação e cicatrização.

Entender essas diferenças é essencial para tomar uma decisão informada.

O que é a cirurgia tradicional de joanetes?

A cirurgia convencional, também conhecida como cirurgia aberta, é a abordagem mais antiga e ainda bastante comum em muitos centros médicos.

Nessa técnica, o ortopedista realiza uma incisão maior na região afetada, geralmente de 5 a 8 centímetros, para acessar diretamente os ossos, ligamentos e tecidos moles do pé.

Com essa abertura, o cirurgião tem uma visão clara da estrutura do pé, o que facilita o realinhamento ósseo, correção de deformidades e fixação com parafusos ou placas metálicas, se necessário.

O procedimento costuma ser realizado com anestesia regional, e a internação pode durar de algumas horas a um dia.

Apesar de eficiente, a recuperação da cirurgia aberta tende a ser mais demorada, podendo levar de 6 a 10 semanas para que o paciente volte a caminhar sem auxílio. Além disso, há maiores chances de inchaço prolongado e cicatrizes mais evidentes.

Quem pode fazer a cirurgia minimamente invasiva?

Em geral, a técnica minimamente invasiva é indicada para pacientes com joanetes em estágios leves a moderados, sem outras alterações ortopédicas importantes no pé.

Pessoas mais jovens ou com boa regeneração óssea tendem a se beneficiar mais dessa opção, já que a recuperação costuma ser rápida.

Também é necessário que o paciente esteja disposto a seguir as orientações médicas à risca, incluindo o uso de calçados ortopédicos, repouso relativo nos primeiros dias e acompanhamento pós-operatório.

Muitos ortopedistas destacam que o sucesso do procedimento não depende apenas da técnica utilizada, mas também do cuidado no período de recuperação.

Em casos em que o paciente deseja uma solução mais estética e com menos marcas visíveis, a cirurgia de joanetes sem cortes surge como uma opção altamente procurada.

Embora o nome popular sugira ausência total de incisões, a verdade é que elas são mínimas, quase imperceptíveis, e o procedimento todo é focado em causar o menor trauma possível aos tecidos.

Como funciona a cirurgia minimamente invasiva?

A cirurgia minimamente invasiva de joanetes, também chamada de cirurgia percutânea, vem ganhando cada vez mais destaque por oferecer uma alternativa menos agressiva.

Nesse método, o ortopedista realiza pequenas incisões (geralmente menores que 5 milímetros) através das quais são inseridos instrumentos especiais para realizar o procedimento.

O controle é feito com auxílio de imagens em tempo real, como o fluoroscópio, permitindo que o médico realinhe os ossos e estruturas sem a necessidade de abrir completamente o local.

A fixação pode ser feita com parafusos específicos que não precisam ser removidos depois. Um dos grandes atrativos da técnica minimamente invasiva é o tempo de recuperação reduzido.

Em muitos casos, o paciente já consegue pisar no mesmo dia da cirurgia, com uso de calçado pós-operatório.

Além disso, o inchaço é menor, há menos dor no pós-operatório e as cicatrizes são quase imperceptíveis.

Vantagens e desvantagens de cada técnica

Tanto a cirurgia tradicional quanto a minimamente invasiva têm suas indicações específicas. O tipo de deformidade, a gravidade do joanete, a saúde geral do paciente e até a experiência do ortopedista são fatores que influenciam na escolha.

Cirurgia com corte – principais características:

  • Maior campo de visão para o cirurgião
  • Permite correções mais complexas
  • Recuperação mais lenta
  • Cicatrizes maiores e mais visíveis
  • Maior chance de dor no pós-operatório

Cirurgia minimamente invasiva – principais características:

  • Procedimento com cortes mínimos
  • Menor tempo de internação e recuperação
  • Menor risco de infecção e complicações
  • Ideal para deformidades leves a moderadas
  • Exige equipamentos específicos e experiência do cirurgião

Embora a cirurgia minimamente invasiva ofereça uma série de benefícios, é importante destacar que ela nem sempre é a melhor escolha.

Pacientes com deformidades avançadas, comprometimento de outras articulações ou histórico de cirurgias no local podem precisar da abordagem tradicional.

Qual técnica escolher?

A escolha entre a cirurgia aberta e a minimamente invasiva deve ser feita em conjunto com um ortopedista especializado.

Cada paciente tem um tipo de joanete, um histórico médico e necessidades diferentes. Por isso, é essencial fazer uma avaliação clínica detalhada, com exames de imagem e um diagnóstico preciso.

Muitos especialistas já consideram a técnica minimamente invasiva o futuro do tratamento cirúrgico para joanetes, mas isso não significa que ela substitua completamente a cirurgia tradicional.

Em alguns casos, o corte amplo ainda oferece melhores resultados em termos de correção e estabilidade.

Consultar um ortopedista de confiança, que tenha experiência com ambas as abordagens, é a melhor forma de garantir um tratamento seguro, eficaz e com o menor impacto possível na rotina do paciente.

Conclusão

A cirurgia para correção de joanetes evoluiu significativamente nos últimos anos. As técnicas minimamente invasivas trouxeram mais conforto, agilidade na recuperação e melhores resultados estéticos. No entanto, nem todos os casos são compatíveis com essa abordagem.

Antes de tomar uma decisão, o ideal é passar por uma consulta com um ortopedista que possa explicar com clareza os prós e contras de cada técnica e indicar o melhor caminho com base nas particularidades do seu caso.

O mais importante é buscar alívio para a dor e qualidade de vida com segurança e responsabilidade.

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