Sentir dor no quadril pode ser mais do que cansaço muscular. Em adultos, uma causa possível é a displasia do quadril, uma alteração na formação da articulação que pode causar desgaste precoce.
Se você tem dor ao caminhar, limitação de movimentos ou estalo ao movimentar a perna, vale a pena entender o problema.
Neste texto eu explico de forma direta o que é a displasia do quadril em adultos, como ela é avaliada e quais tratamentos funcionam dependendo da gravidade.
Ao final você terá um roteiro claro para conversar com seu médico e decidir o melhor caminho. Se preferir, agende sua consulta com um especialista para uma avaliação personalizada.
O que é a displasia do quadril em adultos?
A displasia do quadril é uma alteração na forma da cavidade do acetábulo, que não recebe bem a cabeça do fêmur. Isso gera sobrecarga em pontos da cartilagem e do osso ao longo dos anos.
Embora exista desde o nascimento em muitos casos, alguns sinais aparecem somente na vida adulta, quando o desgaste e a dor começam a limitar atividades.
Nem todo quadril com formato diferente causa sintomas, mas quando há dor, é preciso investigar.
Sintomas comuns
- Dor na virilha: geralmente a queixa principal, piora ao caminhar ou subir escadas.
- Rigidez matinal: sensação de travamento ou dificuldade para começar a andar pela manhã.
- Estalo ou encaixe: sensação de que algo “pega” ao mover a perna.
- Instabilidade: sensação de que o quadril não sustenta bem o peso, às vezes com quedas ou tropeços.
- Cansaço ao ficar em pé: caminhar longas distâncias passa a ser incômodo rapidamente.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico começa com a história clínica e o exame físico. O médico avalia padrões de dor, limites de movimento e realiza testes específicos para o quadril.
Em seguida, solicitam-se exames de imagem para confirmar a displasia do quadril em adultos e avaliar o grau de desgaste.
Exames de imagem
- Radiografia simples: imagem básica que mostra a forma do acetábulo e sinais de artrose.
- Ressonância magnética: avalia cartilagem, labrum e alterações internas sem radiação.
- Tomografia computadorizada: usada em planejamento cirúrgico quando é necessário medir ângulos e deformidades.
Opções de tratamento
O tratamento depende da idade, nível de dor, função e grau de lesão articular. Nem sempre a cirurgia é necessária; muitos pacientes melhoram com medidas conservadoras.
Tratamento não cirúrgico
- Fisioterapia: exercícios para fortalecer a musculatura do quadril e melhorar o alinhamento.
- Controle da dor: AINEs ou analgésicos conforme orientação médica, usados por curto prazo.
- Infiltrações: glicocorticoide ou ácido hialurônico podem aliviar a dor por meses em casos selecionados.
- Modificação de atividades: evitar impactos, optar por bicicleta ou natação e ajustar cargas no trabalho.
Tratamento cirúrgico
- Osteotomia periacetabular: reposiciona o acetábulo para cobrir melhor a cabeça femoral, indicada para adultos jovens com cartilagem preservada.
- Artroplastia total de quadril: substituição da articulação em casos com artrose avançada e dor incapacitante.
- Artroscopia do quadril: para reparar lesões do labrum ou remover corpos livres quando compatível com a anatomia.
O que esperar da recuperação
Conforme enfatizam os profissionais do Centro de Ortopedia Especializada – COE em Goiânia, a recuperação varia muito conforme o procedimento. Após fisioterapia e medidas conservadoras, a melhora costuma ocorrer em semanas a meses.
Para osteotomia, o retorno às atividades pode levar de 3 a 6 meses, com proteção parcial de carga nas primeiras semanas. Em artroplastia, muitos pacientes caminham com ajuda no primeiro ou segundo dia, mas a recuperação completa demora meses.
O acompanhamento com fisioterapeuta e médico é essencial para ajustar exercícios e prevenir complicações, como atrofia muscular ou rigidez.
Prevenção e cuidados no dia a dia
- Fortalecimento: mantenha glúteos e core fortes para proteger o quadril.
- Flexibilidade: alongamentos regulares reduzem a sobrecarga em pontos específicos.
- Peso corporal: controle o peso para diminuir pressão sobre a articulação.
- Atividades de baixo impacto: prefira natação, ciclismo e caminhada leve.
Quando procurar um especialista
Se a dor no quadril interfere nas atividades diárias ou persiste por mais de semanas mesmo após repouso, é hora de procurar avaliação. A detecção precoce da displasia do quadril em adultos pode evitar desgaste maior.
Converse com um ortopedista ou um especialista em quadril para revisar exames e traçar um plano individualizado.
Em resumo, a displasia do quadril em adultos pode causar dor, limitação e desgaste articular, mas existem caminhos claros para diagnóstico e tratamento.
Com exames adequados e um plano que combine fisioterapia, controle de dor e, quando necessário, cirurgia, é possível recuperar função e reduzir sintomas.
Aplique as dicas deste artigo e procure orientação profissional para decidir a melhor estratégia para o seu caso.
